BIOGRAFIA

Penna Filho é natural de Vitória, Espírito Santo, nascido em 11 de março de 1936.
Ainda adolescente, iniciou-se no rádio, atuando nas emissoras capixabas até 1958. Ao longo desse período, exerceu inúmeras funções, como locutor, rádio-ator, redator, repórter, produtor e diretor artístico. Paralelamente, atuou na imprensa escrita como repórter e redator.

Em 1959, transferiu-se para São Paulo, respondendo pelo departamento de divulgação da Organização Victor Costa, empresa composta pela TV Paulista e rádios Nacional e Excelsior. Durante quatro anos, teve oportunidade de exercitar-se no novo veículo, inicialmente fazendo pequenos papéis em peças e programas humorísticos e posteriormente assumindo as funções de diretor e produtor. Essa empresa seria adquirida pelas Organizações Globo após o golpe militar de 64.

Em 63, é contratado pela Rádio Bandeirantes, que buscava a renovação de linguagem nos textos e reportagens radiofônicas. Um texto seu sobre o golpe militar transmitido no jornal falado “Primeira Hora” foi censurado e motivou sua demissão.
A partir daí, dedica-se ao cinema, como continuista e assistente de direção em filmes de Ody Fraga, Ary Fernandes, Milton Amaral, Carlos Coimbra e Mazzaroppi. Também trabalha em dublagem de filmes para televisão, como ator e diretor.

Até 1971, torna-se um dos profissionais mais requisitados do cinema paulista, acumulando trabalhos de assistente com a direção de comerciais para televisão e institucionais, participa dos 26 episódios do seriado “Águias de Fogo” (produção de Ary Fernandes, o mesmo de “Vigilante Rodoviário”) e assina três filmes de longa-metragem.

A estréia é com “Amores de um cafona”, originalmente denominado “Lua de mel em alta tensão”, co-direção com o produtor carioca Osires Figueroa. A proposta era para um filme de três episódios, que marcaria também as estréias de Fausi Mansur e Wilton Franco – um dos diretores de maior expressão na televisão. Os dois acabaram não se acertando com o produtor, que decidiu assumir a direção. Ajudado por Sanin Cherques como roteirista e assistente, Figueroa complementou o filme ampliando as situações do episódio filmado. Uma comédia romântica e intimista resultou num filme de “cacos” típicos da chamada chanchada carioca; o segundo foi “O Diabo tem mil chifres”, que a censura do regime militar considerou “imoral e iconoclasta”; e o terceiro foi “Até o último mercenário”, uma aventura produzida por Ary Fernandes no estilo dos seus seriados.

O segundo desses longas marcou a carreira e a vida de Penna Filho. Foi seu trabalho mais pessoal, retido pela censura até o final dos 70, e que influenciou na falta de novas oportunidades no núcleo de produção a que estava ligado.

Em fins de 71, sem perspectiva de trabalho no cinema, a alternativa foi a televisão. Na TV Globo/SP faz reportagens especiais para os principais jornalísticos e programas como “Fantástico” e Globo Repórter, até 1976.

Entre 77 e 87, trabalha para a TV Cultura/SP, onde realiza principalmente documentários para a sua programação normal, como para as séries  “Relatório Dois” e “Câmera Aberta”, vencedor do Prêmio APCA de “Melhor Pesquisa”, em 1982 e 83. Também dirige programas de tele-curso e trabalhos institucionais para órgãos públicos encomendados a TV Cultura.

Em 87, escreve e dirige o especial “Flor, Telefone, Morte”, inspirado no conto “Flor, Telefone, Moça”, do livro “Contos de Aprendiz”, de Carlos Drummond de Andrade, para interpretação de Carla Camuratti e Enio Gonçalves.

Posteriormente, transfere-se para Santa Catarina, onde se dedica a publicidade e vídeos de caráter educativo. Com “Naturezas Mortas” (1995), retorna ao filme de 35 mm. O curta ganhou o Prêmio Resgate do MinC, o Kikito do Júri Popular, o Margarida de Prata da CNBB, o prêmio de Melhor Documentário no 25º Festival Internacional de Cinema do Algarve, Portugal, participou de inúmeros festivais nacionais e internacionais, sendo exibido em circuito de salas e em vários canais pagos.

Roteiriza,dirige e produz o média metragem Alma Açoriana que retrata a influência dos açorianos na vida do povo que habita Florianópolis;o curta Fendó,Tributo a uma Guerreira onde destaca a vida e a luta pelos direitos de uma índia e o povo Kaigangue ;o curta Victor Meirelles: Quadros da História onde nos conta sobre a vida deste importante e esquecido artista plástico.

Em 2006, deu-se o retorno ao longa-metragem, com o documentário “Um craque chamado Divino”, sobre Ademir da Guia, um dos mais expressivos nomes do futebol brasileiro dos anos 60 e 70. O filme foi lançado pela Pandora Filmes(salas) e Europa Filmes (dvd).

O longa metragem “Doce de Coco”, vencedor do Prêmio Cinemateca Catarinense/Fundação Catarinense de Cultura em 2007 e distribuído pela Pandora Filmes, de São Paulo,foi exibido em Santa Catarina a fim de sensibilizar o público do estado onde foi realizado antes de chegar ao circuito nacional.Com o longa metragem Das Profundezas,vencedor do Prêmio Catarinense de Cinema em 2011 encerra a sua carreira.Produz esse filme em 2013 já bastante debilitado pelo câncer mas ainda com o pulso firme para dirigir e participar de todo o processo de finalização.Retrata a vida dos mineiros baseado em fatos reais que aconteceram na região carbonífera de Santa Catarina no ano de 1986.

Penna Filho faz sua última diária no dia 30 de abril de 2015.Uma vida dedicada ao cinema autoral, corajoso e apaixonado.

FILMOGRAFIA
Das Profundezas / longa,digital
Diretor/Roteirista
2015. Lançado no FAM em junho de 2015. Circula pelo país através da Mostra Penna Filho

Doce de coco / longa, 35mm
Diretor/Roteirista
2009. Lançado no circuito de salas em setembro de 2008, com distribuição da Pandora Filmes/SP.
Filme vencedor do Prêmio Cinemateca Catarinense/Fundação Catarinense de Cultura.

Um Craque Chamado Divino / longa, 35 mm
Diretor/Roteirista/Produtor
2006. Lançado no circuito de salas em agosto de 2006, com distribuição da Pandora Filmes/SP; lançado em DVD em abril/2007, pela Europa Filmes/SP;
lançado em tv por assinatura pelo SPORTV(Globosat) em 25/12/2007. Filme realizado com incentivos da Lei Rouanet, através de patrocínio da Petrobrás.

Expresso para Aanhangaba/longa digital
Produtor-Executivo
2002/ Griffith Produções, SP (Edital de Telefilmes BO, MinC)

Alma Açoriana/média 16 mm
Diretor/Roteirista/Produtor
2001/ Penna Filho Produções (Lei Rouanet) Selecionado para os festivais Vitória Cine Vídeo (Vitória, ES) e CineEco – Festival de Cinema e Vídeo de Ambiente, de Serra da Estrela/Portugal.

Fendô – Tributo a Uma Guerreira
/ média digital
Diretor/Roteirista/Produtor
2000/ Penna Filho Produções (apoio Unisul e Unoesc).Melhor Vídeo Educativo no festival temático I Terra em Foco(Contag/Brasília) e Menção Honrosa (CineEco, Portugal), ambos em 2000.

Victor Meirelles – Quadros da História/ curta 35 mm Diretor/Roteirista/Produtor
1996/ Penna Filho Produções (Lei Rouanet). Selecionado para vários festivais e ao Prêmio Funarte (pela divulgação do patrimônio histórico).

Naturezas Mortas / curta  35 mm
Diretor/Roteirista/Produtor
1995/ Penna Filho Produções (Prêmio Resgate MinC/94). Participação em vários festivais e premiações importantes (Gramado: Kikito do Júri Popular; OCIC/CNBB:Margarida de Prata; Melhor Documentário no 25º Festival Internacional de Cinema do Algarve, Portugal).

Memória Social Urbana
/ média 35 mm  (*)
Diretor/Roteirista/Prod.Executivo

Patrimônio Ambiental Urbano / média 35 mm  (*)
Diretor/Roteirista/Prod.Executivo

Patrimônio Natural Urbano / média 35 mm  (*) Diretor/Roteirista/Prod.Executivo

* 1978 / Tv Cultura, SP. Série documental de médias em 35 mm, para veiculação na rede educativa e mostras temáticas sobre patrimônio ambiental e patrimonial.

Herança / curta 16 mm
Diretor/Roteirista
1976/ Prêmio Coletivo do Conjunto de Curtas “Cinema de Rua”, da Raiz/SP, na Jornada de Curta-Metragem, de Salvador, Ba.

Até o Último Mercenário
/ longa 35 mm
Diretor/Roteirista
1971/ Produção Procitel, SP (Ary Fernandes/Paulo Cheide/Carlos Miranda)

O Diabo Tem Mil Chifres / longa 35 mm
Diretor/Roteirista/Co-Produtor
1970/ Reflivo, Curitiba. Liberado com cortes de som em 1978.

Amores de Um Cafona/ longa 35 mm
Co-Diretor e Co-Roteirista
1969/ Horus, RJ(Osíris Figueroa).Apesar dos créditos, responde pelas seqüências de SP e MG, que compunham um episódio (de três) desenvolvido pelo produtor carioca.

Águias de Fogo /média 35 mm
Roteirista e Diretor Assistente
1968/ Procitel, SP, 26 episódios p/Tv Tupi  e  emissoras associadas. Mensagem / curta 35 mm
Diretor/co-Roteirista
1967/ Produção Documental Filmes, SP, para o Ministério da Educação e Cultura.

Flor, Telefone, Morte
Diretor/Roteirista
1987/ Tv Cultura, SP. Especial inspirado no conto “Flor,Telefone, Moça” (“Contos de Aprendiz”), de Carlos Drummond de Andrade, com Carla Camurati e Enio Gonçalves.

Câmera Aberta

Editor/Diretor/Roteirista
1982-84/ Tv Cultura, SP. Série documental, em 16 mm e também em vídeo, Prêmio APCA em 82 e 83 de Melhor Programa de Pesquisa.

Tele-Curso Rural

Diretor/Roteirista
1980/81/ Tv Cultura, SP. Série de programas em 16 mm, edição final em vídeo.

Relatório Dois
Diretor/Roteirista/Produtor
1977 a 1979/ TV Cultura, SP. Documentários para a série sobre cultura brasileira, personalidades e temas ambientais.

Jornal Hoje, Fantástico, Globo Repórter, Esporte Espetacular
Repórter/Produtor
1971/76/ Tv Globo, SP. Reportagens especiais.

OUTRAS ATIVIDADES

Rádio (broadcast e jornalismo) em emissoras de Vitória, ES (1953 a 58), SP (Bandeirantes, 1959/64); Televisão (atuação como ator e produtor, 1959/64, Tvs Paulista e Excelsior); Publicidade (direção de comerciais e institucionais, em SP, PR, SC).